quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Filme: Boyhood – da infância à juventude



Direção: Richard Linklater
Elenco: Ellar Coltrane, Patricia Arquette, Lorelei Linklater e Ethan Hawke
Sinopse: O filme conta a história de um casal de pais divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette) que tenta criar seu filho Mason (Ellar Coltrane). A narrativa percorre a vida do menino durante um período de doze anos, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme ele vai amadurecendo.

Quando você lê a sinopse, se pergunta: o que tem de tão bom nesse filme? Eu te conto: a vida. Isso mesmo, simplesmente a vida, como ela é desenvolvida por diversos atores (não no sentido cinematográfico).

Quando você assiste ao filme, há a impressão de que você é parte da família, pois você acompanha o crescimento de um garoto de 6 anos até sua formatura no high school e ingressa na faculdade aos 18 anos.  É maravilhoso ver as transformações físicas nos personagens, afinal o filme foi gravado durante 12 anos com os mesmos atores.

Melhor que as mudanças visuais é o amadurecimento de cada um. No filme há cenas emblemáticas, marcantes. Não quero ser um spoiler, mas tem uma cena em que o pai (Ethan Hawke) conversa com seus filhos sobre sexo. É muito legal esse momento, pois minutos antes eles eram crianças e agora falam sobre isso. A cena é sensacional, pois os meninos ficam sem graça, como nós ficamos quando conversamos sobre assuntos tão íntimos com nossos pais no início de nossa adolescência. Outro ponto legal é ver também o amadurecimento dos pais. Pelo filme, eles foram pais muito jovens e sem medir as consequências do seria ter filhos. O mais imaturo era o pai. Tinha carro esportivo, era ausente, queria ser músico meio que por hobby. Mas o filme (a vida) vai se passando e ele vai se transformando em um grande amigo e conselheiro para Mason (o filho). Muito legal!

A marcação temporal é muito sutil. Não tem aqueles quadros que mostram em que ano se passam as cenas, apenas o filme transcorre. Pelo assunto discutido você meio que se situa em que ano está. Adoraria dar mais detalhes, mas é legal ver o filme e ir se surpreendendo.

A crítica em geral gostou muito do filme, mas alguns o acharam sem graça, sem fortes emoções, um roteiro simples que não apresentou questões relevantes. Discordo totalmente. A vida não é um filme de Hollywood com antagonistas maquiavélicos, com pessoas saltando de prédio em prédio e com superpoderes. Somos pessoas normais, vivendo a nossa vida com fatos marcantes como nosso primeiro beijo, primeira namorada, quando passa no vestibular, primeiro emprego e etc. E esse filme vai nessa linha.

Certamente um dos melhores filmes que vi recentemente. Nota: 9.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Por que Espectros Cotidianos?


Durante muito tempo relutei escrever sobre sentimentos, visões, fatos e opiniões sobre qualquer assunto. Eu era avesso a qualquer tipo de exteriorização. Parecia que me enfraqueceria, mostraria meu ponto fraco às pessoas, quaisquer que sejam.

Depois de muita reflexão e amadurecimento de ideias e sentimentos, resolvi encarar essa barreira. Não tenho a intenção de ser dono da verdade, apenas expressar o que vejo e sinto. Apenas quero contribuir de alguma forma com uma visão sobre o mundo, de acordo com minha experiência de vida, que fatalmente é diferente da sua. Não é maior ou menor, somente distinta.

Não tratarei de um tema específico nesse blog. Aquilo que eu sentir que deva ser compartilhado, o farei. Evidentemente há alguns assuntos que meu olhar crítico é mais aguçado ou, tão somente, que me interessam mais. Particularmente falarei mais sobre questões espirituais, cinema, televisão, livros, política, economia, paternidade e esportes. Mas não necessariamente o post terá o compromisso de ser exclusivamente sobre um assunto, ele poderá se entrelaçar com outro. Afinal somos seres complexos, dotados de sensibilidade e criticidade. Uma informação poderá ser decomposta sob diversos olhares. Por isso o blog tem esse nome: Espectros Cotidianos.

Segundo a Física, o espectro solar é uma faixa luminosa, resultante da decomposição da luz solar, ao atravessar um prisma de cristal, e que tem as sete cores do arco-íris. Dê uma olhada na figura acima.
O paralelo disso com o blog é que uma informação (a luz branca) ela poderá ser dissecada em vários assuntos (as cores do arco-íris). Um filme que assisti poderá ser analisado em diversos aspectos, não se atendo ao assunto cinema.

O espectro é uma maravilha criada por Deus, por sua criatividade sem igual. Ele também nos dotou de sabedoria, inteligência e sensibilidade para discernirmos que uma informação, uma notícia a nós repassada possa ser absorvida e vista de muitas formas diferentes.


Bem vindo ao blog Espectros Cotidianos!